Até o quinto dia útil deste mês (terça-feira, 7), a economia paraense deve ganhar um incremento de R$ 100 milhões com o pagamento do novo salário mínimo. Ao todo, 1,4 milhão de pessoas devem se beneficiar com o reajuste – que vai injetar R$ 2,7 bilhões na economia da região Norte até o final do ano, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Pará. Setores como o comércio, o supermercadista e a indústria de materiais de construção estão otimistas e projetam um crescimento de 3% a 8% em relação ao mesmo período do ano passado, motivado principalmente pelo acréscimo de 14,13% na renda do trabalhador. A busca por bens de consumo, pelo conforto na própria casa e por uma alimentação mais diversificada continuam sendo as prioridades do assalariado, segundo avaliam os especialistas.

Uma mesa mais farta é o que os trabalhadores que ganham até um salário mínimo devem buscar nos próximos meses – com o aumento de R$ 545 para R$ 622 -, segundo aponta o empresário do setor supermercadista, Alaci Correa. ‘Tenho impressão que estes valores vêm diretamente para o supermercado. Normalmente, quem recebe um salário mínimo, é de baixa renda. Ou seja, estas pessoas costumam priorizar a alimentação’, explica. Correa destaca que, em termos de lucro, o reajuste salarial não terá grande representatividade. ‘A família de baixa renda compra a cesta básica, que são mercadorias de alta rotação e competitividade, e por isso não gera grandes lucros. Agora, em termos gerais, este aumento vai trazer o cliente para a loja com mais frequência’, pontua. O empresário aponta um crescimento nas vendas de 3% a 4% em relação à igual período do ano passado.

O comércio também deve faturar mais nos próximos meses, a partir do reajuste do salário mínimo. De acordo com a avaliação do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Belém, Álvaro Cordoval, o incremento de R$ 100 milhões é uma ótima notícia para os comerciantes. ‘Com este acréscimo, o trabalhador poderá comprar uma camisa, um calçado ou mesmo um eletrodoméstico’, antecipa. O presidente da CDL-Belém enfatiza que o medo de comprar – que impactou nos resultados da venda natalina no ano passado – está passando, e que, com a ampliação da renda, a tendência dos resultados é de crescimento no setor comércio. ‘Vamos ter uma expansão na ordem de 3% a 5% neste primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. É evidente que isso pode aumentar a taxa de endividamento. Porém, depois das medidas adotadas pelos consumidores no ano passado, é possível perceber uma clientela bem mais cautelosa na hora de gastar’, pontua.

Fonte: ORM.