Faturamento da indústria cai pelo 2º mês seguido

Faturamento da indústria cai pelo 2º mês seguido

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O faturamento da indústria, já descontados fatores sazonais e a inflação, caiu, pelo segundo mês seguido, segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria). A retração – de 1,4% em janeiro frente a dezembro e que ocorre depois de seis meses seguidos de crescimento -, aponta, entre outros fatores, a dificuldade das empresas nacionais em concorrer com o produto importado, afirmam especialistas.

Outros indicadores do levantamento, por sua vez, mostram sinais favoráveis, principalmente os ligados ao mercado de trabalho (emprego, renda e massa salarial). “O mercado de trabalho segue dinâmico. A demanda interna está crescendo, mas parte dela é abastecida pelas importações”, diz o economista da CNI Marcelo de Ávila.

PERSPECTIVA – A eventual continuidade desse movimento de baixa no faturamento pode significar recuo também no nível de atividade das fabricantes, segundo especialistas. No entanto, para o economista da CNI, mesmo com a baixa no faturamento em janeiro, a expectativa é de melhora gradual dos indicadores da indústria ao longo do ano, por causa da queda dos juros.

O professor Ricardo Balistiero, que é coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, concorda que a redução da taxa básica de juros (para 9,75% ao ano), por parte do Banco Central colabora para estimular o mercado interno e a atividade das empresas, e é uma reação à crise europeia e aos problemas gerados pela taxa cambial (o real valorizado). “As medidas vão nesse sentido; tenho a perspectiva de que este ano será melhor que em 2011”, afirma.

No entanto, entre os representantes do setor industrial, há cautela. O diretor adjunto da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato, diz que os juros menores podem diminuir o investimento especulativo e fazer com que o dólar se valorize. Isso ajudaria dar mais competitividade ao produto nacional. “O problema é que o mercado não está girando, não estou muito otimista”, afirma.

Setor de máquinas apresenta alta nas vendas

Enquanto, de forma geral, a indústria brasileira de transformação (os fabricantes de produtos manufaturados) enfrenta dificuldades no início do ano, o setor de máquinas e equipamentos apresenta indicadores mais favoráveis. O faturamento dessa área, por exemplo, acelerou o crescimento frente ao mesmo mês do ano anterior, passando de alta de 14,1% em dezembro, para 17,8% em janeiro.

No Grande ABC, a B.Grob, fabricante de maquinário (centros de usinagem) com sede em São Bernardo, ilustra o desempenho do segmento. A empresa registrou forte expansão, de 47%, em vendas no ano passado frente a 2010.

Segundo o presidente da companhia, Michael Bauer, com isso, já foi possível recuperar perdas de 2009 e 2010 e igualar o desempenho de 2008, que foi elevado – o impacto da crise de crédito global, que estourou no fim daquele ano, levou vários meses para desembarcar nas produtoras de máquinas.

No entanto, há agora uma mudança de perfil das vendas. Enquanto há alguns anos, 50% da receita eram com exportações, hoje 90% dos pedidos vêm do mercado interno, de montadoras como Ford, PSA e Volkswagen. “A má notícia é que a rentabilidade está muito baixa, porque os custos estão altos, na comparação com o mercado mundial”, observa Bauer. Para compensar isso, a empresa se esforça para elevar a produtividade, por meio de investimentos em automatização de processos, acrescenta ele.

Fonte:Diário do Grande ABC

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