Produção industrial cai pelo sexto mês seguido
Produção industrial cai pelo sexto mês seguido
22 de março de 2012 Nenhum comentário em Produção industrial cai pelo sexto mês seguidoO setor industrial brasileiro registra o sexto mês seguido de retração na atividade, o que reforça o cenário de perdas das fabricantes por causa do crescente volume de importações, segundo especialistas. Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que, desde setembro, o indicador de produção está abaixo dos 50 pontos. Em escala que vai de zero a 100 (em que acima de 50 significa retração), o índice ficou em 46,5 pontos em fevereiro.
Segundo o economista Marcelo Azevedo, da CNI, o estudo mostra que os estoques seguem em alta, há 11 meses, o que reflete na atividade produtiva e no nível de emprego, que também está em retração, nesse caso desde outubro. Outro dado do levantamento, a utilização de capacidade instalada acompanha o quadro geral de queda da produção, ao ficar distante do usual para esse período do ano.
Para o economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) Rogério de Souza, o estudo, junto com outras pesquisas, reforçam que o começo de ano ruim é “preocupante” para a indústria.
Segundo ele, apesar das medidas do governo para reativar o consumo, por exemplo, com a redução da taxa básica de juros, isso não está gerando efeito positivo para as fabricantes. “Quem está se saindo bem são os importados, não só pelo câmbio (o real valorizado), mas também por outros fatores”, assinala. Ele enumera alguns problemas a serem resolvidos: alta carga tributária e elevados custos de logística e de energia, entre outros.
PORTOS – Souza considera que o fim da ‘guerra dos portos’ – ou seja, a isenção fiscal dada por alguns Estados para a entrada de produtos importados – é uma questão importante para ajudar a dar mais competitividade para a indústria nacional. “O fato é que estão gerando empregos lá, ao facilitarem a importação”, afirma. O governo enviou o projeto de resolução 72 ao Senado, que prevê a equalização do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para os itens vindos do Exterior.
A atual isenção fiscal, em Estados como Santa Catarina e Espírito Santo, torna ainda mais difícil a competição com o item importado. Como exemplo, o gerente de relações institucionais da Braskem, Lucélio de Morais, cita que, por causa do benefício fiscal, importadores de resinas plásticas levam vantagem de 9% em relação ao preço praticado no País, mesmo tendo gastos com frete e imposto de importação.
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