Número de certificados digitais deverá triplicar no Brasil até 2015
Número de certificados digitais deverá triplicar no Brasil até 2015
20 de junho de 2012 Nenhum comentário em Número de certificados digitais deverá triplicar no Brasil até 2015O mercado de certificação digital, que avançou rápido nos últimos anos em decorrência sobretudo das exigências fiscais dos governos, poderá triplicar de tamanho até 2015 e alcançar 15 milhões de certificados, sendo a maior parte no padrão ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira), que garante autenticidade e validade jurídica aos atos e assinaturas realizados por meio de computadores e da internet. A previsão é de Julio Cosentino, vice-presidente da Certisign, uma das autoridades certificadoras. O executivo baseia sua estimativa no potencial das diversas aplicações da tecnologia, que começaram apenas recentemente a ser exploradas com maior vigor, como na desmaterialização de documentos e assinaturas de contratos, processos comuns a todos os setores da economia. Nos últimos anos, a certificação digital teve seu uso bastante concentrado nas áreas fiscais das empresas, por conta das exigências legais, especialmente as determinadas pela Receita Federal para a emissão de declarações de Imposto de Renda e da nota fiscal eletrônica implantada em grande parte dos estados e em alguns municípios. No entanto, multiplicam-se os casos de aplicações que visam redução de custos, maior controle de processos e agilidade nos negócios, além de substanciais vantagens geradas ao meio ambiente, como economia na utilização de papel, tinta de impressão e combustível, entre as principais. Essa expansão pode ser verificada nos números do ano passado, quando foram emitidos cerca de 2 milhões de certificados, diz Paulo Kulikovsky, também vice-presidente da Certisign, baseado em estatísticas do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), que apontam em 5 milhões o volume total no país. Em comparação a 2010, o crescimento nas emissões foi de quase 50% no ano passado. Cosentino acredita que o mercado total de certificação digital tenha movimentando em torno de R$ 1 bilhão, em 2011, quase o dobro de 2010, podendo atingir R$ 5 bilhões, em 2015. Há duas grandes tendências na área. A primeira, e que está também colaborando para alimentar o crescimento do mercado, é a simplificação dos processos, cada vez mais ágeis e que permitem a adoção imediata e on-line, sem a burocracia com a compra de licença e instalação que antes podia demorar até três meses. Pelo lado do consumidor, cresce a percepção de segurança e rapidez nas transações via certificados, que resulta em mais negócios. “Há um grande potencial na área de assinatura de contratos. A questão é: o contrato é feito de maneira eletrônica, então por que tem de ser impresso em várias vias para ser assinado, consumindo papel, tempo e transporte e depois arquivos físicos? Não tem. E a certificação serve para isso”, diz Kulikovsky, explicando que empresas estão percebendo a vantagem da rapidez e a economia de custos quando se relacionam com seus fornecedores, transações que exigem uma infinidade de contratos. “E essa é uma ferramenta que pode ser usada tanto pela grande empresa quanto pela pequena — pela padaria da esquina que tem fornecedores, por profissionais liberais, nos contratos de locação de imóveis. A aplicação é infinita.” Hoje, há uma demanda crescente das empresas também para desmaterializar documentos, mantendo-os em arquivos virtuais, seja um prontuário médico ou relatórios de serviços e contratos, que ocupam espaços físicos onerosos e que consomem toneladas de papel em qualquer empresa. “Ela dá a segurança para tirar o papel da rotina ao mesmo tempo em que torna o negócio mais eficiente”, observa Kulikovsky. Se analisado por setor econômico, as áreas de serviço e saúde estão saindo na frente na adesão à certificação digital. O setor espera que o mercado seja incrementado pelos municípios que ainda não aderiram à nota fiscal eletrônica. “Cerca de 10% já adotaram e estes são os maiores”, diz Kulikovsky.
Leave a comment