Pecuária do Pará será discutida na Rio+20
Pecuária do Pará será discutida na Rio+20
15 de junho de 2012 Nenhum comentário em Pecuária do Pará será discutida na Rio+20No próximo dia 20 de junho, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o painel “Agropecuária e Sustentabilidade: exemplos de sucesso” apresentará ao mundo experiências ambientalmente bem-sucedidas de produção de gado no país.
Promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o evento busca alternativas econômicas “verdes” para o setor nos próximos 20 anos e inclui a apresentação de cinco modelos de pecuária sustentável, com destaque para o projeto Pecuária Verde, promovido no Nordeste do Pará pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas, com o apoio do Fundo Vale e da empresa Dow AgroSciences.
Práticas Sustentáveis
Entre os cinco cases incluídos na programação, tem destaque a experiência paraense desenvolvida no município de Paragominas, a ser apresentada por Mauro Lúcio Costa, presidente do Sindicato local de produtores, diretor executivo do projeto Pecuária Verde e proprietário da fazenda Marupiara, uma das áreas na qual as boas práticas agropecuárias têm sido implementadas.
Iniciado em 2011, o trabalho já é considerado um modelo de sucesso no setor de produção bovina e tem sido realizado por meio de seis fazendas modelos, selecionadas para mostrar que as boas práticas nas relações trabalhistas, ambientais e no manejo racional do gado podem contribuir para tornar ultrapassada a visão da pecuária como sinônimo de desmatamento, maus tratos com animais e trabalho ilegal.
Paragominas foi escolhida para a implantação do projeto em função da mudança de atitude adotada pelo governo local para retirá-lo da lista dos municípios desmatadores da Amazônia desde 2008 , o que posteriormente serviu de base para a criação de um programa estadual voltado à disseminação da experiência nos demais municípios paraenses. “As práticas ambientais no município e dentro das fazendas estavam bem consolidadas. Então houve a necessidade de se trabalhar com a pecuária, já que a gente tinha a The Nature Conservancy (TNC) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) trabalhando no projeto Município Verde”, explica Carla Ferrarini, assessora de gestão de projeto do Pecuária Verde.
A partir deste momento, mais de 600 propriedades passaram a ser levantadas por meio de um diagnóstico realizado pelo Sindicato dos Produtores (SPRP) para o Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma exigência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado (Sema) para regularizar a situação das propriedades rurais.
Ao verem que existia uma área verde considerável, os produtores perceberam a oportunidade de regularizar a situação ambiental de suas propriedades e reverter a relação entre a pecuária e o desmatamento. “Vimos que o quadro não era tão ruim quanto nós imaginávamos. Hoje, nós sabemos que sempre houve um bom estoque de recursos naturais preservados. Não temos mais de 1% de degradação em toda a Área de Preservação Permanente (APP) levantada para a realização dos Cadastros Ambientais”, conta o palestrante Mauro Lúcio Costa.
Tal diagnóstico foi realizado com a ajuda de um sistema de geoprocessamento de imagens, que ajudou a levantar e quantificar as áreas de preservação permanente e reserva legal (RL) degradadas, assim como as passíveis de serem melhor aproveitadas por atividades agrícolas.
Além das ONGs ambientalistas envolvidas, foram contratados para instruí-los a respeito das formas de intensificar e melhorar o manejo das pastagens consultores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) de Piracicaba e da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). As recomendações dos especialistas são essenciais para o aumento da produção em áreas menores e já abertas, o que ajuda a evitar o desmate e a degradação de novas áreas florestais.
Recuperação – Feito o diagnóstico, para recuperar as áreas degradadas, 60 mil mudas de árvores foram plantadas em três fazendas do projeto: Santa Maria, Marupiara e São Luiz.
O objetivo do projeto é ser um modelo para as demais fazendas do estado e da região. Segundo Fábio Niedermeier, coordenador da TNC em Paragominas no projeto Município Verde, somando as propriedades participantes do projeto Pecuária Verde e outras ligadas ao projeto Município Verde que também iniciaram o plantio de espécies nativas da Amazônia, inicialmente serão 1280 hectares de reposição florestal, o que torna a iniciativa pioneira na reposição de plantas regionais em terras amazônicas.
Além de melhorar a biodiversidade na área, em cinco anos espécies como o paricá poderão ser manejadas de forma sustentável. “Além de melhorar a biodiversidade dessas áreas de reserva legal, haverá um retorno econômico destas florestas para os produtores”.
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