A proposta de reajuste da passagem de ônibus em Belém é assunto de reunião do Conselho Municipal de Transporte que será realizada amanhã, às 14h, na sede da Companhia de Transportes de Belém (Ctbel), no Jurunas. A proposta foi encaminhada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) à Ctbel e eleva a atual tarifa de R$ 2,00 para R$ 2,34, com um reajuste de 17,06%. O último reajuste da tarifa ocorreu em 16 de maio de 2011.

A reunião foi convocada pela superintendente da Ctbel, Ellen Margareth Souza. “Recebemos a proposta do sindicato e chamamos o conselho para colocar a discussão em pauta. Enquanto isso confeccionamos nossa própria planilha técnica, que antes de tomada de decisão considera vários pontos: o aumento do combustível, aumento salarial, a inflação do período, enfim não é um estudo simples. Na reunião, ou vamos pedir novos estudos ou tenhamos que realizar mais reuniões antes da posição final do conselho. Caso a proposta não seja aprovada, fica arquivada. Se os conselheiros votarem a favor, precisaremos considerar a pesquisa feita para estipular o percentual de reajuste”, explicou Ellen.

De acordo com cálculo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Estado (Dieese) no Pará, divulgado ontem, a inflação calculada desde o último reajuste até agora não ultrapassa 6%. Portanto, “a proposta encaminhada pelo Setransbel vai além da inflação e do poder aquisitivo dos trabalhadores que foi calculada desde o último reajuste da tarifa, em 16 de maio de 2011”, considerou o estudo.

O Dieese no Pará simulou ainda sobre os impactos no bolso dos assalariados paraenses com o valor atual R$ 2,00 para as passagens, o gasto mensal chega a R$ 96,00 para quem pega duas conduções diárias e não tem vale-transporte. O impacto do gasto com passagem de ônibus em relação ao atual salário mínimo (R$ 622,00) é de 15,43%.

Além disso, se a atual tarifa fosse reajustada tomando como base apenas e tão-somente a inflação (estimada pelo Departamento em 5,74 % desde maio de 2011 até junho deste ano) a passagem ficaria em torno de R$ 2,12, com gasto mensal de R$ 101,76. Neste caso, o impacto em relação ao salário mínimo alcançaria 16,36 %.

Caso o Conselho Municipal de Transporte aprove e o prefeito homologue a proposta do sindicato, o impacto no final do mês para quem apanha duas conduções diárias e não tenha vale-transporte, em relação ao salário mínimo, passa dos atuais 15,43% para 18,05%. Já o gasto mensal saltaria dos atuais R$ 96,00 para R$ 112,32.

Fonte: ORM